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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Brinquedoteca



A brinquedoteca surgiu por conta da valorização do brinquedo e da criação de espaços destinados à exploração lúdica. Segundo nos enuncia a literatura, o primeiro ambiente direcionado para o lúdico das crianças aconteceu no ano de 1934, na cidade de Los Angeles, Estados Unidos.
Estudos demonstram que a brinquedoteca passou a ser conhecida e mais amplamente divulgada na Europa em meados dos anos 60 e no Brasil a partir dos anos 80, estimulando assim instituições a destinarem sua atenção ao brincar.
Precisamente no Brasil, a primeira Brinquedoteca foi montada pela APAE, em 1973, para atender crianças com deficiência mental. Após esta experiência pioneira, as brinquedotecas multiplicaram-se no país e grande parte delas foi difundida e operada por entidades sociais e por escolas.
Estudiosos da área como Friedmann (1998), Ramalho (2003), Santos (1997), Kishimoto (1998), Cunha (1997), Solé (1992) apontam as melhorias que o espaço lúdico traz no desenvolvimento infantil.
No passado também tivemos contribuições significativas no cenário da pedagogia, principalmente dos precursores do século XIX como Friedrich Froebel (1782-1852) que deixou como legado a ideia de que os estímulos dados a criança durante a primeira infância seriam primordiais para seu desenvolvimento sensório-motor e isso só aconteceria mediante atividade lúdica. Froebel acreditava que a alegria do jogo e do brinquedo levaria a criança aceitar o trabalho de forma mais tranquila (ARANHA, 1996, p.144).
Piaget também demarcou época a respeito do desenvolvimento cognitivo infantil, suas grandes obras alicerçam nossos trabalhos e suplementam nossa prática em sala de aula. Desta forma entende-se que os estímulos proporcionados às crianças durante seus primeiros anos de vida são fundamentais para sua formação, portanto, nada melhor do que a brinquedoteca para podermos conhecer a criança de forma mais completa. Brincando a criança comunica-se e se expressa por meio do brinquedo criando suas próprias fantasias e se identificando com os personagens da literatura infantil e que ao mesmo tempo vai favorecendo meios de convivência e pressupostos para formação de sua própria identidade.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional (RCN), as crianças de 0 a 6 anos só terão um desenvolvimento adequado, caso, a instituição proporcione-lhes não só segurança e oportunidade, mas também, informações e aprendizagens que tenham significado real para elas. Em seu contexto, o RCN para a Educação Infantil enumera alguns princípios essenciais na perspectiva da criança em um futuro próximo exerça a cidadania plena. São eles:

O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc;
O direito das crianças ao brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil;
O acesso das crianças aos bens sócio-culturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação;
O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, v. 3, p.13).

Deve-se pensar em um ambiente curioso e agradável para que todo esse conjunto de ideias descrito acima se efetive veemente, a sala de aula não deixa de ser primordial em prol do aprendizado da criança, mas, é importante que o educador pense em um espaço diferente e mais próprio ao desenvolvimento intelectual e pessoal da criança.
Esse ambiente proposto deve ser composto de pequenos espaços, com brinquedos adequados (pedagógicos ou não) e favoráveis ao aprendizado da primeira infância. A brinquedoteca possibilita à criança o desenvolver do raciocínio, do conhecimento e da imaginação, favorecendo também, a compreensão melhor da realidade que a cerca.
Entende-se que a brinquedoteca, em prol do aprendizado intelectual e social da criança, deve fazer parte das propostas educativas de escolas municipais, bem como de instituições particulares que visam o compromisso de ofertar às crianças de sua comunidade um ambiente direcionado para a ação social e comunitária.

Referências:

ARANHA, M. L. de. História da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 3º volume. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, N. H. da S. A Brinquedoteca brasileira. In: SANTOS, S. M. P. dos (Org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1997, p.13-22.
FRIEDMANN, A. O direito de brincar: a Brinquedoteca. 4 ed. São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998.
KISHIMOTO, T. M. Diferentes tipos de Brinquedoteca. In: FRIEDMANN, A. O direito de brincar: a Brinquedoteca. 4. ed. São Paulo: Abrinq, 1998. p.53-63.
RAMALHO, M. T. de B. Uma Brinquedoteca para crianças e adolescentes em situação de risco social. Florianópolis, 2003. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003
SANTOS, S. M. P. O lúdico na formação do educador. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
SOLÉ, M. de B. O jogo infantil: organização das ludotecas. Lisboa: Instituto de Apoio à Criança, 1992.

Leia mais: http://pedagogakarinacruz.webnode.com.br/news/brinquedoteca%3a%20espa%c3%a7o%20de%20forma%c3%a7%c3%a3o%20de%20educadores%20e%20alunos/
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