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sábado, 21 de abril de 2012

Educar é dar autonomia

Educar é dar autonomia e ser capaz de perceber que nossos filhos vão fazer as suas escolhas e que nós teremos apenas uma pequena participação nisso (0)- A A A + Como agir para que os filhos sejam pessoas adaptadas, capazes de cumprir as regras de convivência civilizada, sem desencorajar sua autonomia e seu poder transformador? Este artigo do psiquiatra Mauro Mercante, especialista em crianças e adolescentes, ajuda a refletir sobre a questão. Durante muito tempo, o filho é a extensão dos pais. A gente se identifica e se projeta nele. A primeira nota da escola sou eu ou é ele que está tirando? O primeiro gol é dele ou meu? Quem é que está jogando no campo? De repente, dois pais estão brigando na quadra e os filhos, paralisados, olhando. A gente se reconstrói? Ou tenta se reconstruir por meio dos filhos? Talvez por isso seja tão assustador vê-los caminhar com as próprias pernas e seguir caminhos que não seguiríamos. Mas educar é dar autonomia. Ser capaz de perceber que nossos filhos vão fazer as suas escolhas e que nós teremos apenas uma pequena participação nisso. Alias, quanto menor a nossa participação, maior é a atuação deles. Ninguém é feliz sem limites. Criar uma pessoa que só diga "sim senhor" e aceite as regras sem questionamentos é criar uma pessoa destituída da capacidade crítica, alguém que precisaria viver uma terrível crise na adolescência, na tentativa de rever-se. Isso não significa que para nossos filhos serem felizes e críticos teremos de educá-los sem qualquer limite. Pelo contrário. Os limites existem e precisam ser ensinados. Afinal, é o preço que pagamos por viver em sociedade. O que faz toda a diferença é o modo de colocá-los. Podemos fazer as crianças aceitarem as regras pela culpa, pelo medo, pelo autoritarismo ou pelo amor e pela compreensão. Uma criança pode, por exemplo, parar de espalhar os brinquedos no quarto porque a mãe a ameaça com uma surra ou por entender o transtorno que sempre provoca no funcionamento da casa. Se você educa pelo medo, ela vai ter dificuldade de se posicionar mais tarde. Valorizando o que ela pensa e mostrando o quanto isso é importante, ela vai desenvolver a capacidade de se colocar e de criticar. A importância de abrir os ouvidos. Costumo dizer aos meus pacientes que a melhor forma de educar é abrir o ouvido e fechar a boca, ou seja, compreender a criança na comunicação característica da sua idade. Uma criança de 5 anos mistura o tempo todo fantasia e realidade e mata os seus inimigos simbolicamente. Se o pai se assusta com isso, e a reprime com um tapa, por exemplo, ela vai interromper a expressão dessa agressividade e vai ter de buscar outras formas de manifestá-la. Muitas vezes até com sintomas físicos. Como pais, acho que temos de desenvolver essa capacidade de estar junto dos nossos filhos, de acompanhar as suas mudanças, prestar atenção no que eles falam com ações e palavras, e perceber e valorizar os que já são capazes de fazer sozinhos.

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