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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Prática das artes visuais na sala de aula

O trabalho com artes visuais deve ser explorado desde o desenho, passando pelo recorte e colagem, pintura até a escultura, deve-se partir das duas dimensões, para depois fazer com que a criança perceba as três dimensões. O que é importante deixar claro, é que trabalhar com Artes Plásticas não é meramente explorar técnicas artísticas, e sim explorar os diversos aspectos que a envolvem, desde sua interpretação à análise de cores, formas, intenções, enfim, tudo que Arte trás junto consigo. Outra questão que é importante ser registrada, é que não basta o professor rodear os alunos de materiais e deixar com que ajam sobre os mesmos, o professor deve incentivar, criar situações que façam com que eles usem a Arte, se expressem realmente, do contrário, não haverá atividade artística e sim terá um professor observando alunos interagirem com materiais. O tripé da Arte inicia falando sobre o trabalho com a história da Arte, pois se faz necessário mostrar aos educando que a Arte tem uma história, uma conotação social, que a mesma passou por diversas fases tendo um contexto histórico. A história da Arte é tão antiga como o início da civilização, pois temos registros dos homens das cavernas imortalizando os desenhos, as façanhas dos primeiros humanos e animais que povoavam aquela época, todo este contexto se faz necessário ser abordado par que os alunos compreendam o significado da Arte na história e sociedade. Os produtores em Arte também devem ser trabalhados para que os alunos percebam e valorizem a história de vida e obra dos artistas, entendam as fases da vida e a relação com as obras. Imagine só ao estudar Cândido Portinari, saberem as curiosidades da vida deste renomado artista, como uma passagem de sua vida, onde teve de dormir em uma banheira, por motivos financeiros. Ou saber o motivo por que Van Gogh, cortou o lóbulo da orelha., ou por que Volpi tinha uma característica peculiar ao usar em suas obras Bandeirinhas. Segundo Kandinsky, 1990, p.27: "Toda a Obra de Arte é filha de seu tempo, e muitas vezes, mãe de nossos sentimentos. Cada época de uma civilização cria uma Arte que lhe é própria e que jamais se verá renascer". A apreciação trabalha os materiais utilizados, combinações, formas, estruturas, enfim, o que compõem a obra em si, suas peculiaridades e técnicas utilizadas, mas ainda exige do apreciador sensibilidade para tentar entender o que o artista quis representar ou dar a idéia, mas esta sensibilidade vai ser desenvolvida a partir do contato com a Arte, não podemos exigir de uma criança que nunca teve contato com a Arte uma percepção elaborada do que o artista quis representar, Abigail Housen nos explica isto, nos cinco níveis de desenvolvimento estético: Narrativo: neste nível os indivíduos descrevem narrando- utilizando seus sentidos e suas associações pessoais, fazem observações concretas sobre as obras de Arte, de maneira que ficam entretidos na narração. Neste nível seus juízos se baseiam no que conhecem e no que gostam. As emoções animam seus comentário a medida que penetram a obra de Arte, e essa se torna parte de um drama recém descoberto ? o drama criado no processo de reflexão. Construtivo: neste nível os indivíduos criam um marco para observar as obras de Arte, usando as mais lógicas e acessíveis e lógicas ferramentas que tem ao seu alcance: suas próprias percepções, o conhecimento do mundo natural, social e cultural que lhes cercam. Se a obra não é como se supõem que deveria ser ? se a habilidade, a técnica, a dificuldade, a utilidade e a função não são evidentes - se a árvore é alaranjada em vez de marrom, se uma representação feminina se transpõem em guerra de sexos ? então o indivíduo julga a obra como rara.Parece que há falta de valor. Conforme os indivíduos vão deixando suas emoções brotarem, começam a distanciar-se da obra e a demonstrar interesse pelas intenções do artista. Classificatório: neste nível os indivíduos adotam a atitude crítica e analítica do historiador da arte. Querem identificar a obra com o lugar, escola, estilo, época e origem. Decifram a imagem através de indícios, usando específicos conhecimentos de fatos e datas. O significado e a mensagem da obra podem explicar-se e racionalizar-se pela sua categorização correta. Interpretativo: neste nível os indivíduos buscam um encontro pessoal com a obra de arte. Explorando a imagem, desejando que o sentido da obra se descubra lentamente, apreciam as silhuetas da linha, da forma e da cor. Neste nível a habilidade critica se põe a serviço dos sentimentos e das intuições, na medida em que estes indivíduos deixem que o significado da obra ? seus símbolos ? emerjam. Cada novo encontro com uma obra apresenta a oportunidade de estabelecer novas comparações, percepções, experiências. Sabendo que a identidade e o valor dependem de interpretações, estes indivíduos vêem que suas próprias idéias a respeito de uma obra de arte são suscetíveis a mudanças de acordo com as circunstâncias. Re - criativo: neste nível os indivíduos, depois de terem tido uma longa relação pessoal com a Arte através de anos de observação e reflexão, suspendem a incredulidade voluntariamente. Uma pintura conhecida é como um velho amigo - intimamente conhecido, mas ainda cheio de surpresas - algo que precisa de atenção diária e profunda. Conhecedores da ecologia da obra - seu tempo, história, questionamentos, complexidades - constroem sua própria história com a obra em particular e com a observação em geral, o que lhes permite combinar uma contemplação mais pessoal com a outra que em geral, de maneira ampla toma o compasso de inquietudes universais. Neste nível a memória infunde a vida da obra, combinando intrincadamente o pessoal com o universal. Segundo Olga de Sá na apresentação do livro "O Olhar em construção ? Uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola" de Anamélia Bueno Buoro: "A criança aproxima-se do objeto estético, comunica-se com ele, reflete sobre sua relação com as outras pessoas e com o mundo. Existe prazer nesta relação. As atividades prazerosas, em Arte, levam-na a enfrentar problemas e buscar soluções." Para trabalhar a produção de arte temos que ter como alicerce, que a Arte é expressão e não imitação. Realizar uma releitura não implica copiar o que o artista produziu e sim interpretar e conseguir assimilar suas idéias, mas mesmo assim conseguir colocar sua própria percepção. Neste trabalho com a produção é necessário explorar os objetivos procedimentais desta área como organização do ambiente, seleção do material, zelo no manuseio e manutenção dos materiais a serem utilizados. Os objetivos atitudinais como a cooperação nas produções individuais e coletivas, respeito e cuidado pelos trabalhos dos seus pares. Nos objetivos conceituais trabalha-se toda a técnica, formas e estruturas da obra. A Arte deve ser dinâmica, pode-se utilizar diversos suportes como folhas, cartolinas, cartões, telas, materiais recicláveis, tecidos, enfim, há uma gama de suportes para a Arte, basta o professor usar de sua criatividade e com certeza abrira um leque de situações artísticas para seus alunos.Segundo Deheinzelin no livro "A Fome com a Vontade de comer", pg. 134, o material para as Artes plásticas de um modo ou de outro: "... pode ser providenciado. Contando para isso com a imaginação do professor, este poderá peneirar terras de diferentes tonalidades, mistura-la com água, obtendo assim,tintas de cores belíssimas; poderá macerar folha, pétalas de flores, frutinha, misturar com água e coar a mistura obtendo tintas delicadas como as aquarelas; poderá utilizar pedacinhos de carvão como instrumentos para desenhar e assim por diante."

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