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domingo, 17 de julho de 2016

O Educador e seu Mundo de Contradições

Educar sem Vocação é o Mesmo que Conduzir um automóvel sem Visão... "Ao Compartilhar aquilo que aprende, o Educador, além de praticar sua vocação, exercita e amplia sua cognição e criatividade..." O Educador e seu Mundo de Contradições Com o conhecimento adequado, o educador estará apto a não repetir o Inadequado... É estranho o hábito, algumas vezes até inconsciente, da busca pelo mérito em tudo que nos prestamos a fazer. E desde que a busca pelo mérito se tornou o objetivo existencial de uma expressiva maioria, o medo do fracasso tende a se apresentar como uma sombra assediadora que assusta a todos. E algo que é feito exclusivamente por obrigação, será isso capaz de nos proporcionar alguma alegria ou contentamento? Obrigação não é a mesma coisa que fazer à força? Se não desejamos realizar uma tarefa, seu cumprimento só será possível contra nossa vontade, por força de algum tipo de ameaça, repressão ou despotismo. Quando, de bom grado, não aceitamos uma imposição ou ordem, a obediência só ocorrerá sob uma condição: o jugo do mais forte sobre o mais fraco. Manda quem pode, obedece quem tem algo a perder, essa é a regra. Quando vão à escola, a princípio, na maioria das vezes, os alunos não o farão de forma espontânea. Para isso existem os meios que são usados para convencê-los da necessidade daquele compromisso. E aquele processo de frequentar a sala de aula todos os dias, mesmo para aqueles que gostam da vida acadêmica, não ocorre sem um motivo ou promessa de alguma compensação ou prêmio ao final do período letivo, ou de instrução. A recompensa ao final dos estudos é o agente motivador, a autoridade maior que os obriga a frequentar durante anos aquela instituição, cumprindo com rigor os horários e metas estabelecidas. Trata-se de um dever que todos, por uma determinação social, são solicitados a cumprir. Não pode haver dissidências ou serão considerados cidadãos “não qualificados”, ou de terceira classe. Para aquele que idealiza uma vida regular, politicamente correta, aquilo representa a garantia de que mais à frente irá conseguir estabilidade financeira, sucesso profissional e aparente realização pessoal. Isso é tudo. E embora todos desejem a bonificação ao final daquele longo período de engajamento, na maioria das vezes, o comparecimento não é voluntário. E isso constitui um dos maiores e mais problemáticos paradoxos na vida dos educadores. Afinal de contas, eles estão diante de um exército de alunos, que, em sua maioria, não freqüenta a sala de aula por livre iniciativa e espontaneidade, e o pior de tudo, o mesmo ocorre que um expressivo número de educadores. Então como lidar com isso? Qual o papel do educador e do discente? Do educador seria qualificar o aluno de acordo com as diretrizes educacionais vigentes, cuja intenção é uma qualificação mínima como capacitação ao mercado de trabalho. Durante essa jornada, ocasionalmente, algumas normas de convívio social, ética e comportamento, ainda que de forma minguada, são lembradas, embora não façam parte do programa curricular regular. Quem já viu avaliação final para medir a ética de cada um, ou o tamanho do bom senso, ou ainda comportamento? Então o que podemos deduzir? Diante de tudo isso, ciente dos desvios de comportamento próprios do modelo educacional praticado, onde as distorções nunca são tratadas da forma adequada, onde padrões de comportamento alienados são replicados como repertório cognitivo, o que resta ao educador? Falamos do educador exceção, o vocacional, e não daquele que está no exercício da função apenas por conveniência, ou obrigado pelas circunstâncias. Para esta segunda classe, mudança não é uma coisa desejável. É como o médico que vê na cura do seu paciente uma ameaça ao seu emprego. Entretanto, em meio a esse universo de educadores, há um grupo que escolheu o magistério da pedagogia por vocação, e esta questão é dirigida a eles. O que fazer diante desse quadro? A prática do princípio da dúvida deveria ser o primeiro passo, a primeira disciplina extracurricular que ele deveria ensinar aos seus discentes. Duvidar de tudo, não acreditar só porque foi publicado e assinado por alguém notório, ou atestado por uma grande autoridade especializada. Deveria começar expondo uma constatação, que é o fato de como as mentiras não contestadas, logo, pela intensa repetição, se tornam verdades. Chamamos a isso de o princípio da desinformação. O Educador e seu Mundo de Contradições Se competir for o único caminho que nos conduz à felicidade, então, viver em paz será impossível... Começaria esclarecendo sobre as propagandas que são veiculadas pelos grandes fabricantes de refrigerantes, ou bebidas industrializadas, incitando o consumo, e que, no entanto, nos escondem deliberadamente todos os malefícios que seus produtos causam a saúde. Na própria Internet, os exemplos, as evidências, os estudos comprobatórios desses malefícios estão por todos os lados. Esses exemplos poderiam servir de ilustração e ponto de partida para a prática do princípio da dúvida. Eles também deveriam ser instruídos de como se inicia uma investigação por conta própria, assim como sobre a técnica da refutação de uma questão, seguido do respectivo processo digestório antes do aceite indiscriminado, sem se importar com a qualidade da fonte disseminadora. Afinal de contas, sabemos como é pratica cada vez mais comum no mundo da publicidade a veiculação de falsos laudos científicos com a intenção de construir uma imagem robusta durante a promoção de um novo produto ou ideia. Ensine-os a enxergarem o óbvio. Se alguém oferece para venda uma fórmula infalível para se ficar rico ou ganhar prêmios milionários na loteria, mostre as evidências, com argumentos lógicos, axiomáticos, incontestáveis, de que aquilo é uma mentira. A partir dos exemplos mais simples, poderão depois chegar às questões mais complexas. O princípio da dúvida só funciona se eles forem capazes de comprovar sua eficácia. Cientes de que poderão aprender a partir do meticuloso exame das coisas, de que a descoberta de muitas verdades depende apenas desse interesse, o caminho para a independência mental, para o exercício da inteligência, estará aberto. E logo deixarão a alienação de lado, não mais terão seus cérebros lavados e adubados com os idiotismos da moda, com as posturas fanáticas, as manobras subliminares criadas para manipular a vontade dos incautos, dos inocentes por acomodação e tolos por instrução. Mas, para que o educador tenha sucesso em sua nova empreitada, deve, em primeiro lugar, fazer seu dever de casa. Deve começar o experimento da mudança em si mesmo, através da autovivência. Assim, comprovado o fato, não terá que convencer seus alunos ou filhos de coisa nenhuma. O experimentar será uma cobaia viva, apto a demonstrar através de exemplos concretos, aquilo que ele próprio já constatou através da autoexperimentação. E diante de fatos irrefutáveis apenas os estúpidos ainda desejarão permanecer na ignorância. Mas convenhamos, esse educador sabe que seus esforços não são direcionados para esse público.

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